quinta-feira, 16 de maio de 2013

Metodologia para o desenvolvimento de ambientes virtuais de aprendizagem: Development research



Os ambientes virtuais de aprendizagem possibilitaram novas oportunidades nos processos de ensino e aprendizagem, quer como complemento no ensino presencial, quer nos cursos de ensino a distância.
Ora, o desenvolvimento de um AVA deve ter em consideração vários fatores para que o utilizador final se sinta confortável em navegar, entre eles as características do público-alvo (com as suas expectativas e motivações, mas também conhecendo as suas limitações), tornando-se uma excelente ferramenta pedagógica, envolvendo os aprendentes e otimizando o tempo de aprendizagem.
Os métodos para a criação destes ambientes são diferentes, uma vez que um AVA pensado para educação online não tem as mesmas características de um ambiente utilizado em sessões presenciais, pois as melhores experiências são aquelas que permitem dinâmicas de interatividade, partilha, colaboração e cooperação, fatores que não têm a mesma dimensão nos dois tipos de ensino.
A development research aparece com o intuito de colmatar a insatisfação dos investigadores com as abordagens tradicionais de pesquisa, visando dar contributos diretos para a melhoria de processos educativos, sempre com o recurso à inter-relação entre a teoria e a prática, medindo o impacto desses contributos. Desde a construção de um objeto, recolhe-se a informação de forma participativa que fundamente as escolhas durante o processo, criando, ainda, condições para um feed-back permanente, que permita melhorar o produto e o processo educativo.
Os estudantes, muitas vezes, não estão aptos para esta mudança de paradigma e, segundo Allen (5), “o verdadeiro critério para se aferir se um AVA pode ser bom (ou não) é criar um sistema que permita a constante experimentação e avaliação no processo de desenho e desenvolvimento”.
De acordo com Van Den Akker, devem ser integradas ao mesmo nível as quatro fases no processo: Preliminary investigation (revisão da leitura, consulta a especialistas e análise de estudos anteriores); Theoretical embedding (articulação entre o “estado da arte” sobre a educação online, os AVA em geral e sobre a construção do nosso AVA em particular); Empirical testing (desenvolvimento do AVA, acompanhado de atividades de avaliação) e Documentation, analysis and reflection on process and outcomes (avaliação de todas as fases do desenvolvimento do design, da avaliação e da implementação).
Esta é uma abordagem muito utilizada, pois valoriza o esforço do designer e porque considera a complexidade do contexto no processo, o que se traduz num projeto final eficaz.
Só assim, poderemos falar num num projeto beme struturado, onde foram tidas em conta as motivações e limitações dos utilizadores, tornando-se uma ferramenta passível de ser moldada consoante o decorrer do tempo e as alterações pedagógicas que vão surgindo.



Fonte: Monteiro, A; Moreira, A.J.;Almeida, A.C. (2012) Educação Online: pedagogia e aprendizagem em plataformas digitais. Defacto: Santo Tirso - Portugal, Capítulo III.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Os media na formação à distância


mendes-educaoeinternet.blogspot.com

OS MEDIA NA FORMAÇÃO À DISTÂNCIA
(Patrick J. Fahy, As características dos meios de aprendizagem interativa online)

“Santoro, Borges e Santos (2004) descrevem como sendo a principal função dos meios de comunicação: a coordenação, cooperação e co-construção.” (pág. 3)
A relação dos media com a aprendizagem é uma questão em aberto, em discussão, onde se procura perceber o impacto do media sobre a perceção de isolamento dos alunos (distância transacional vs. comunidade), e o papel do ensino relativamente às necessidades individuais de aprendizagem. Acresce dizer que a interação entre pares diminui a distância transacional (tão questionada no ensino online), devendo ser ajustada às necessidades e preferências dos intervenientes.
Os media além de ajudarem a comunidade a evoluir, permitem, também, uma aprendizagem individualizada, diminuindo a distância transacional. Contudo, os estudantes online sentem esta distância de diferentes formas, necessitando de várias ferramentas de interação, incluindo o apoio do professor/formador.
Na aprendizagem presencial, o aluno assume um papel passivo, mas no ensino online espera-se que o aluno assuma uma posição ativa e participativa, seja autónomo e assuma o controlo, pois desta relação depende o seu sucesso e o da comunidade de aprendizagem. Estamos perante uma das grandes diferenças entre estes dois modelos de ensino levando Maushak, Chen, Martin, Shaw & Unfred (2000) a defender a importância de algumas características que diferencia os aprendentes online dos aprendentes tradicionais/presenciais, para que possam beneficiar dos métodos de ensino aplicados no ensino/aprendizagem online.
Um professor/moderador com uma postura observadora e de auxílio, de liderança e orientação influenciará significativamente o sucesso individual dos participantes com a comunicação online, sucesso esse, que depende também do uso eficaz dos recursos técnicos disponíveis, aliado e moderado pelas próprias capacidades do aprendente, dando enfoque a uma aprendizagem colaborativa, cooperativa, ativa e autónoma.
Os indivíduos diferem entre si, não sendo igual o grau de autonomia ou auto-suficiência nas suas experiências de aprendizagem, nem o nível de competências é o mesmo, isto porque, um aluno online não deve apenas entender ideias e conceitos, mas exercitar as suas capacidades, para poder explicá-las, devendo estar assegurada a assistência via media neste sentido.
Uma das principais funções do professor/moderador é a de fornecer a quantidade necessária de estrutura e de diálogo online, através da sua presença no ensino (Anderson, Rourke, Garrison & Archer, 2001).
Resumindo, o uso que o aluno faz dos media é mais importante do que aquilo que o professor faz e, ao nível dos resultados, a experiência de ensino do professor não é tão importante como a experiência do professor com a tecnologia, sendo necessário que este apoio aos alunos seja dado por professores competentes e conhecedores dos meios tecnológicos disponíveis.